Como revelamos anteriormente, a autobiografia de Prince (1958-2016), "The Beautiful Ones", será lançada nesta terça-feira (29). O músico revelou que estava trabalhando na obra semanas antes de sua morte. Por estar incompleto, o manuscrito, com aproximadamente 30 páginas escritas a mão pelo artista, precisou ser completado com fotos de bastidores, reproduções de manuscritos, letras de músicas e cartas.
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Em uma das cartas deixadas por Prince, ele revela que não era muito fã de estrelas da música pop, como Katy Perry e Ed Sheeran. O conteúdo foi encontrado em sua casa em Minnesota. Nele, o músico disse que a "indústria fonográfica enfia Ed Sheeran e seus pares pela goela do público". "Não gostamos da música dessas pessoas, não importam quantas vezes elas sejam reproduzidas", escreveu ele. Mas isso é só a superfície do trabalho, aquilo que vai ser destacado baratamente por aí.
Todo o conteúdo de "Beautiful Ones" foi editado pelo jornalista da "The Paris Review" e amigo de Prince Dan Piepenbring. Em entrevista, ele revelou que a quantidade de papéis deixados pelo músico era "assustadora". "Em uma sala, era possível encontrar coisas escritas em 1979 e em 2002", revelou Dan, que na época que assumiu o projeto não tinha nem 30 anos.
Por ser considerado como um jornalista ainda "inexperiente", algumas pessoas torceram o nariz ao saber que Dan estava tocando a autobiografia inacabada de Prince. Ainda mais por dois motivos. O primeiro é o fato de Dan ser um homem branco, e Prince, negro. O segundo, diz respeito ao conteúdo do livro, que infelizmente foi "interrompido" pela morte do cantor. Mesmo assim assim, a obra tem recebido críticas coerentes da "NPR" e da "Variety".
Em "The Beautiful Ones", além das críticas de Prince aos astros do pop atual, os fãs terão detalhes saborosos sobre o começo de sua vida. A obsessão pelo Super-Homem, as crises epiléticas, seu primeiro beijo, o relacionamento com os pais e sua adolescência. De acordo com Jem Aswad, crítico da "Variety", o livro pode "não entregar tudo o que os fãs queriam", mas é "surpreendente". "Ele oferece muito mais do que Prince entregou em toda sua vida", disse o crítico.
Usando o estilo manuscrito de Prince, com sua idiossincrática grafia (4 para "for" — a preposição "para"; um olho "eye" para "I" — "eu"), remonta as primeiras memórias — os cílios da mãe e o pai tocando jazz ao piano —, tudo ilustrado por fotos de família. "A única coisa melhor que ver a mãe e o pai se vestindo pra uma noitada no centro era vê-los sair. Era quando começava a 'Vida Imaginada', um lugar onde eu podia fingir que me vestia todo e entrar na minha fantasia. A cada vez uma história diferente, mas sempre com resultados similares — eu sempre elegante e sempre ganhando a garota", descreve ele, de um jeito que não surpreende, mas delicia os fãs.
Ao falar sobre a obsessão de infância pelo personagem Super-Homem, ele faz observação aguda sobre questões raciais:"É engraçado ligar a TV e ver brancos nos papeis de herói. Isso afeta sua autoimagem". O astro também revela seu apelido de infância, Skipper (capitão de barco, em inglês), e detalha relação conturbada com a mãe depois que os pais se separaram, aos 7 anos. Ao que parece, ela roubava dinheiro do menino, que ganhava trocados como baby-sitter de crianças menores, para "ir se divertir com as amigas".
Prince morou apenas alguns meses com seu pai, a quem chama de "herói", antes de se mudar para a família do primo e melhor amigo, Andre Cymone, primeiro baixista em sua banda. Ele demonstra uma consciência precoce da dimensão de seu talento e cita as influências iniciais: James Brown, Aretha Franklin, Marvin Gaye e Ray Charles. Infelizmente, a obra termina de ser contada em primeira pessoa quando Prince atinge 19 anos, idade na qual assinou com a gravadora Warner Bros. Records.
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