Basta uma busca rápida pelo YouTube ou serviços similares para constatar que as músicas em formato 8D estão em alta. São milhares de views e streams em diversos canais como Aviion Music e 8D AUDIO voltados só para esse tipo de formato, que encontrou em novas tecnologias o campo perfeito para reprodução em larga escala. Faixas como “Bohemian Rhapsody”, do Queen, “Halo”, de Beyoncé, e “Shallow”, de Lady Gaga e Bradley Cooper, já ganharam versões modificadas. Mas afinal, o que é música em 8D?
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8D é um tipo de música multidimensional, que permite uma experiência mais imersiva. Com ele, música parece circular entre os ouvidos, gerando uma experiência de envolvimento. Também por isso o áudio com multidimensões pode ser considerado mais agradável do que um áudio linear, sendo, inclusive, comprovado cientificamente que as gravações binaurais têm efeitos terapêuticos.
Além da reprodução no plano horizontal — que é a mais comum — esse tipo de formato também cobre o som na vertical, “acima” e “abaixo” do ouvinte, criando camadas. O efeito só é totalmente perceptível com uso de fones de ouvido, já que assim é possível definir com mais precisão a posição de nossos ouvidos em relação à fonte sonora.
Apesar de o nome 8D sugerir oito dimensões, o formato nada mais é do que uma espécie de evolução do estéreo, com processo de gravação (ou adaptação) diferente. Para conseguir o efeito pode ser usado um kit de gravação binaural (técnica que com dois microfones torna possível o efeito de som ambiente) ou utilizar softwares como Audacity e Ambeo Orbit para fazer a conversão. Basicamente, os áudios classificados como 3D, 4D, 5D e 8D são todos binaurais e diferem apenas no nível técnico.
Apesar do recente sucesso, o formato não é novo. Bandas como Pink Floyd já faziam uso do efeito em suas produções na década de 1980, como em “The Final Cut”. Lou Reed também gravou três álbuns com áudios 8D: “Street Hassle”, “Live: Take No Prisoners” e “The Bells”. E em 2000, a banda Pearl Jam usou a técnica em músicas do disco “Binaural”, como “Of the Girl”. Além da música, o áudio multidimensional também pode ser encontrado em videogames e produções de realidade aumentada.
A base para esse tipo de reprodução é atribuída ao engenheiro de som argentino Hugo Zuccarelli que, através de pesquisas, conseguiu provar que a audição humana é capaz de captar o som em espaços com 360 graus e decidiu aplicar o conceito de holograma ao som, no que chamou de holofonia. O nome foi dado em alusão à holografia, técnica de fotografia produzida por lasers na qual se obtém uma imagem tridimensional.
Ele inventou um sistema acústico capaz de dar a sensação de som emitido de vários pontos diferentes.
Pensando em expandir o uso desse tipo de formato, recentemente a Sony anunciou o lançamento do “360 Reality Audio”, tecnologia de áudio espacial que visa oferecer ao público uma experiência semelhante a de um concerto “ao vivo”. A marca trabalha em conjunto com serviços de distribuições de música e, simultaneamente, vem promovendo a novidade acompanhada de compositores e artistas, a exemplo de Pharrell Williams.
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