Um recente estudo sobre gênero e representatividade na indústria da música chegou a conclusões tristes, porém previsíveis. A pesquisa, feita pela iniciativa Annenberg de inclusão, da University of Southern California, mostra que entre os anos de 2012 e 2018 foi difícil encontrar mulheres na principal parada da "Billboard", a Hot 100. Entre os mais de 700 exemplos de música analisados, artistas, produtoras e compositoras eram minoria.
O número de mulheres nas paradas foi de apenas 17%. Mulheres compositoras foram apenas 12.3% quando em um campo amostral de 100 músicas. Menor ainda foi o resultado observado entre produtores: apenas 2.1% eram mulheres.
A pesquisa também observou disparidades entre os gêneros no que se refere à entrega de prêmios. Entre as 1.064 pessoas que foram indicadas ao Grammy nas cinco principais categorias entre 2013 e 2019, 89.6% eram homens, restando apenas 10.4% de mulheres que receberam uma indicação.
No ano passado, a hashtag #GrammysSoMale dominou o Twitter após o presidente da Academia de gravações fonográficas afirmar que mulheres deveriam "correr atrás" para alcançar reconhecimento. Desde então, há uma busca ainda maior para transformar a cerimônia em uma premiação igualitária. Em 2019, cinco entre as oito indicadas a álbum do ano são mulheres, incluindo Cardi B e Janelle Monáe.
O estudo comprova que as mulheres se sentem afetadas por esse tipo de comportamento. 39% das entrevistadas disseram ter vivenciado situações em que foram estereotipadas ou sexualizadas.
"Muito do que estamos vendo é apenas uma repetição do que aconteceu ano passado. Quando você olha para os nomes nos créditos de composições, quase 25% das 700 músicas mais populares têm dez compositores masculinos. Isso significa que dez homens estão definindo o que é dito em um quarto do conteúdo mais popular sendo distribuído liricamente no espaço da música", afirmou Stacy Smith, principal autora do relatório e fundadora da iniciativa, à revista "Rolling Stone".
Embora o caminho pela igualdade entre gêneros ainda seja longo, há alguns pontos para se alegrar. Entre as poucas representantes femininas nas paradas de sucesso no ano passado, houve um recorde de 73% delas oriundas de grupos raciais e étnicos sub-representados.
Com informações do jornal "The Independent".
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